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As principais mudanças da MP da Liberdade Econômica

Aprovada na quarta-feira (21) à noite pelo Senado, a Medida Provisória (MP) da Liberdade Econômica pretende, segundo o governo, diminuir a burocracia e facilitar a abertura de empresas, principalmente de micro e pequeno porte. 

Na votação de ontem, os senadores retiraram do texto três artigos que alteravam o trabalho aos domingos. O texto aprovado pela Câmara autorizava que a folga semanal de 24 horas do trabalhador fosse em outros dias da semana, desde que o empregado folgasse um em cada quatro domingos. 

Os senadores entenderam que o trabalho aos domingos era estranho ao texto original e poderia gerar questionamentos na Justiça por causa de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que proíbe emendas distintas da MP original. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), comprometeu-se e encaminhar projeto de lei sobre o tema. 

Outro ponto que provocou questionamentos foi uma brecha que, para alguns senadores, autorizariam o desmatamento automático caso órgãos do meio ambiente atrasassem a emissão de licenças ambientais. Para permitir a aprovação da MP, o governo fez um acordo e prometeu editar um decreto para deixar claro que a dispensa de licenças para atividades de baixo risco não valerá para questões ambientais. 

Entre as principais mudanças, a proposta flexibiliza regras trabalhistas e elimina alvarás para atividades de baixo risco. O texto também separa o patrimônio dos sócios de empresas das dívidas de uma pessoa jurídica e proíbe que bens de empresas de um mesmo grupo sejam usados para quitar débitos de uma empresa. 

Entenda as principais mudanças na MP 

Registro de ponto 
Registro dos horários de entrada e saída do trabalho passa a ser obrigatório somente para empresas com mais de 20 funcionários, contra mínimo de 10 empregados atualmente 
Trabalho fora do estabelecimento deverá ser registrado 
Permissão de registro de ponto por exceção, por meio do qual o trabalhador anota apenas os horários que não coincidam com os regulares. Prática deverá ser autorizada por meio de acordo individual ou coletivo 

Alvará e licenças 
Atividades de baixo risco, como a maioria dos pequenos comércios, não exigirão mais alvará de funcionamento 
Poder Executivo definirá atividades de baixo risco na ausência de regras estaduais, distritais ou municipais 
Governo federal comprometeu-se a editar decreto para esclarecer que dispensa de licenças para atividades de baixo risco não abrangerá questões ambientais 

Fim do e-Social 
O Sistema de Escrituração Digital de Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (e-Social), que unifica o envio de dados de trabalhadores e de empregadores, será substituído por um sistema mais simples, de informações digitais de obrigações previdenciárias e trabalhistas 

Carteira de trabalho eletrônica 
Emissão de novas carteiras de Trabalho pela Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia ocorrerá “preferencialmente” em meio eletrônico, com o número do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) como identificação única do empregado. As carteiras continuarão a ser impressas em papel, apenas em caráter excepcional 
A partir da admissão do trabalhador, os empregadores terão cinco dias úteis para fazer as anotações na Carteira de Trabalho. Após o registro dos dados, o trabalhador tem até 48 horas para ter acesso às informações inseridas. 

Documentos públicos digitais 
Documentos públicos digitalizados terão o mesmo valor jurídico e probatório do documento original 

Abuso regulatório 
A MP cria a figura do abuso regulatório, para impedir que o Poder Público edite regras que afetem a “exploração da atividade econômica” ou prejudiquem a concorrência. Entre as situações que configurem a prática estão: 

Criação de reservas de mercado para favorecer um grupo econômico 
Criação de barreiras à entrada de competidores nacionais ou estrangeiros em um mercado 
Exigência de especificações técnicas desnecessárias para determinada atividade 
Criação de demanda artificial ou forçada de produtos e serviços, inclusive “cartórios, registros ou cadastros” 
Barreiras à livre formação de sociedades empresariais ou de atividades não proibidas por lei federal 

Desconsideração da personalidade jurídica 
Proibição de cobrança de bens de outra empresa do mesmo grupo econômico para saldar dívidas de uma empresa 
Patrimônio de sócios, associados, instituidores ou administradores de uma empresa será separado do patrimônio da empresa em caso de falência ou execução de dívidas 
Somente em casos de intenção clara de fraude, sócios poderão ter patrimônio pessoal usado para indenizações 

Negócios jurídicos 
Partes de um negócio poderão definir livremente a interpretação de acordo entre eles, mesmo que diferentes das regras previstas em lei 

Súmulas tributárias 
Comitê do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais da Receita Federal (Carf) e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) terá poder para editar súmulas para vincular os atos normativos dos dois órgãos 

Fundos de investimento 
MP define regras para o registro, a elaboração de regulamentos e os pedidos de insolvência de fundos de investimentos 

Extinção do Fundo Soberano 
Fim do Fundo Soberano, antiga poupança formada com parte do superávit primário de 2008, que está zerado desde maio de 2018 

Pontos retirados da MP no Senado 
Trabalho aos domingos 
A MP abria espaço para que a folga semanal de 24 horas do trabalhador fosse em outros dias da semana, desde que o empregado folgasse um em cada quatro domingos 
Pagamento em dobro (adicional de 100%) do tempo trabalhado no domingo ou no feriado poderia ser dispensado caso a folga seja determinada para outro dia da semana 
Se folga não ocorresse, empregado continuaria a ter direito ao adicional de 100% pelo domingo ou feriado trabalhado 

Pontos retirados da MP na Câmara 
Trabalho aos domingos 
Texto aprovado na comissão especial da Câmara garantia folga obrigatória em apenas um domingo a cada sete semanas 

Fins de semana e feriados 
Autorização para trabalho aos sábados, domingos e feriados em caso de necessidade do agronegócio 

Direito Civil 
MP permitiria que contratos de trabalho acima de 30 salários mínimos fossem regidos pelo Direito Civil em vez da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Apenas direitos trabalhistas assegurados pela Constituição seriam mantidos 

Caminhoneiros 
MP criaria o Documento Eletrônico de Transporte, que funcionaria como contrato único para cada transporte de bens no território nacional 
Anistia a multas por descumprimento da tabela do frete 

Motoboys 
MP acabaria com adicional de periculosidade de 30% para motoboys, mototaxistas e demais trabalhadores sobre duas rodas 

Fiscalização e multas 
Fiscais do trabalho aplicariam multas apenas após a segunda autuação. A primeira visita seria educativa 
Decisões trabalhistas seriam definitivas em primeira instância, se prazos de recursos fossem esgotados 
Termo de compromisso lavrado por autoridade trabalhista teria precedência sobre termo ajuste de conduta firmado com o Ministério Público 

Corridas de cavalos 
Entidades promotoras de corridas seriam autorizadas pelo Ministério da Economia a promover loterias vinculadas ou não ao resultado do páreo

 

 

Fonte: AASP


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